julho 29, 2011

Dreams In New York - 28º Capítulo

17 October

Acordei de madrugada com batidas extremamente fortes na porta, então levantei correndo e quando abri a porta avistei os olhos da minha mãe que estavam lacrimejando.
Natalie      - O que foi? – comecei a gritar de nervoso.
Alicia         - O Wiliiam...
Natalie      - Não! Não! Não!
Eu comecei a chorar desesperadamente, peguei uma calça e fui vestindo no caminho ao hospital. Assim que eu entrei eu vi os médicos tentando reanimar seu coração e a Sra. Condor gritando e tentando entrar no quarto. Naquele momento o mundo parou, era como se eu estivesse perdida em um deserto e não conseguisse ver nada. Minha mãe segurou em minha mão e me levou para perto do quarto. Quando olhei pelo vidro, o buquê de rosas que eu havia levado estava ao lado de sua cabeça e um médico o derrubou no chão, e assim que o buquê bateu no chão, seu coração parou de vez. Eu fiquei sem reação e não sabia o que fazer. Minha mãe apoiou sua mão em meu ombro e ouvia sua voz no fundo dizendo para eu me acalmar. Eu não conseguia me movimentar e quando tiraram o corpo dele, eu me joguei no chão ao lado do buquê de rosas e lagrimas escorriam pelo meu rosto. Ao lado do buquê havia um papel em branco, então eu o virei e estava escrito:

“Você será a menina da minha vida”
                                              Foi.

Eu mal conseguia respirar de tanto chorar. Então a Sra. Condor se ajoelhou comigo no chão e ficamos chorando juntas.
Os enfermeiros nos levaram para o refeitório e Beth estava sentada com a cabeça abaixada. Ela nos viu e começou a chorar junto.
Sra. Condor       - Por que meu filho? Por quê?
Doía mais ainda ao ver a dor que ela estava sentindo com a perda.
Alguns amigos da escola, parentes e conhecidos foram até o hospital e começaram arrumar o memorial para o velório que aconteceria mais tarde.
Beth          - Eu avisei o Justin, ok?
Natalie      - Obrigada.
Começou amanhecer, então resolvi ir revelar as fotos que tirei com Will na noite passada, e no caminho meu celular tocava desesperadamente, mas não tinha forças para atender. Minha mãe me achou sentada no parque com as fotos na mão e chorando, então ela me colocou no carro e me levou para casa.
Natalie      - Sabe o que mais doeu?
Alicia         - O que?
Natalie      - Perceber que ele nunca mais voltará.
Alicia         - Ele sofreu bastante. Precisava de paz.
Natalie      - Quando as rosas bateram no chão o coração dele parou de vez.
Alicia         - Era como se ele estivesse prevendo tudo.
Natalie      - Ele se foi feliz, não foi?
Alicia         - Sim, e sabe por quê? Porque você fez tudo que ele desejava antes de morrer. Ele se foi feliz, porque você era a felicidade dele.
Natalie      - O que será da Sra. Condor?
Alicia         - Ela precisa do nosso apoio.
Chegamos em casa, então eu tomei um banho e dormi um pouco. Depois de algumas horas eu acordei e meu celular estava tocando, então eu o atendi.
Justin        - Natalie? Natalie?
Eu não conseguia falar nada, apenas ouvia sua voz.
Justin        - Natalie? Fala comigo!
Natalie      - Oi.
Justin        - Estou preocupado com você. Como está?
Natalie      - Eu não sei...
Justin        - Não diga nada, apenas escuta. Eu acabei de desembarcar e daqui uma hora no máximo eu estou ai.
Natalie      - Ok.
Justin        - Só me diga que está bem, porque eu estou enlouquecendo.
Natalie      - Eu estou bem. Vou te esperar – desliguei o telefone.
Minha mãe entrou no quarto lentamente.
Alicia         - Natalie?
Natalie      - Que?
Alicia         - Se você puder, a Sra. Condor gostaria que você fizesse alguma carta para ler no velório.
Natalie      - Eu farei.
Minha mãe me deu um remédio, então voltei a dormir. Acordei com o Justin me chamando e balançando meu corpo.
Justin        - Você me deixou nervoso!
Natalie      - Eu estou bem. Só tomei remédio.
Justin        - Está tudo bem mesmo?
Natalie      - Eu só queria abrir os olhos e ver que tudo isso foi somente um pesadelo.
Justin        - Você é forte e vai conseguir lidar com isso.
Natalie      - Eu vou tomar banho, ok?
Justin        - Estou te esperando.
Natalie      - Obrigada por vir – beijei o canto de sua boca.
Eu me arrumei para o velório, coloquei um vestido preto e prendi meu cabelo. Justin vestiu um terno preto, então fomos ao cemitério.
Quando eu vi o corpo de Will no caixão, era tão inacreditável. Ele parecia bem, tão sereno. Então eu tirei uma peruca preta da bolsa e coloquei nele. Vi a Sra. Condor vindo em minha direção.
Natalie      - Espero que não fique brava.
Sra. Condor       - Bem melhor. Ele continua lindo.
Natalie      - Ele iria querer assim – sorri.
Justin foi desejar seus pêsames a Sra. Condor, enquanto eu estava cumprimentando meus amigos.
Todos se sentaram e o Padre começou o discurso, logo depois a Sra. Condor falou, depois alguns familiares, então chegou a minha vez.
Eu fiquei em frente ao caixão e comecei a ler para mim o que escrevi, então amassei o papel e fiquei olhando para todos que estavam sentados a minha frente.
Natalie      - William Condor...
                Meu primeiro amor, meu melhor amigo, a pessoa que estava a qualquer momento, em qualquer lugar por mim.
                Passei minha vida inteira ao lado desse garoto e não me arrependo de nada, pois eu dei o valor que nossa amizade merecia.
                Vivemos tantas coisas juntos. Momentos tristes e felizes, porém, não quero esquecer os trises, pois após eles, vieram momentos extremamente felizes.
                Ele era como um irmão, às vezes cuidava de mim como se fosse meu pai, e também cuidei dele como se fosse sua mãe.
                Eu tinha escrito um texto lindo que provavelmente iria comover todos, mas não, ele merece as palavras sinceras que estão vindo do meu coração nesse momento.
                Quando éramos crianças, ele disse “Você será a menina da minha vida”, agora podemos dizer que eu fui à menina de sua vida, mas para mim, ele não acabou. Só está recomeçando.
                Eu perdi um amigo, mas ganhei um anjo. Um anjo que estará sempre comigo, será meu anjo da guarda.
                Veio uma música em minha cabeça agora, que diz:
“Você percebe o quanto eu preciso de você agora?
Quando você vai embora, os pedaços do meu coração sentem sua falta.”
Há algumas horas eu estava me sentindo como se estivesse andando sem rumo, mas não mais. Eu sei que ele está aqui comigo, e sempre estará. Sempre.
                Will... Eu te amei, amo e amarei a cada segundo da minha vida, como você me amou até o fim.
Quando eu terminei de falar eu estava transbordando em lágrimas, e quando olhei em volta, as pessoas choravam comigo. Olhei pela ultima vez em seu rosto, e então fecharam o caixão.
Justin me tirou do cemitério e ficamos paramos dentro do carro em frente a minha casa.
Justin        - Foi lindo o que você disse.
Natalie      - Não estou triste como eu estava.
Justin        - Ele está em paz.
Natalie      - É que aquelas pessoas me assustam.
Justin        - Ninguém vai mais incomodá-la.
Natalie      - Fica aqui comigo.
Justin me abraçou e beijou minha testa. Ficamos alguns minutos parados na mesma posição, até que eu abri a porta e sai do carro.
Justin        - O que vai fazer?
Natalie      - Vamos sair jantar?
Justin        - Quero reatar o ‘tempo’ no namoro.
Natalie      - O ‘tempo’?
Justin        - Sobre aquele ‘tempo’. Não queria que tivesse entendido mal.
Natalie      - Eu não entendi mal. Era só para eu fazer o que deveria ter feito. E eu fiz o Will feliz.
Justin        - Você é fantástica.
Natalie      - Por que quando eu estou com você todos os problemas somem e me sinto protegida, me sinto acolhida?!
Justin        - Porque você é preciosa, e tenho que cuidar de você.
Natalie      - Você consegue fazer isso perfeitamente.
Justin        - Agora dá um sorriso.
Natalie      - Não...
Justin        - Um sorriso – ele sorria como um bobo.
Natalie      - Você não desiste, não é? – então eu sorri e começamos a rir.
Justin        - É assim que eu gosto de vê-la – segurou a minha mão.
Nós trocamos de roupa e fomos a um restaurante. Justin segurou a cadeira enquanto eu sentava.
Natalie      - Você adora agir como um cavalheiro, não é? – sorri.
Justin        - Digamos que eu seja um perfeito cavalheiro – brincou.
Natalie      - Eu deveria ter ficado lá no velório, não deveria?
Justin        - Ele escondeu a doença de você todo esse tempo para não te ver sofrer, então você acha que ele iria querer vê-la chorando no cemitério?
Natalie      - Imagino que não.
Justin        - O importante é tê-lo sempre em seu coração junto às lembranças maravilhosas que tem ao lado dele.
Natalie      - Você está certo – sorri.
Justin        - O que vai querer comer?
Natalie      - Alguma coisa rápida.
Justin        - Picanha, arroz e batata frita?
Natalie      - Perfeito!
Justin        - Quero o mesmo que ela.
Garçonete  - Ok.
Natalie      - Você não tinha show?
Justin        - Fiz show ontem e estava curtindo a Flórida com meus primos, para amanhã ir a Atlanta fazer show.
Natalie      - Me perdoa por estragar seu passeio.
Justin        - Não! Para!
Natalie      - É sério...
Justin        - Você não estragou nada, entendeu?
Natalie      - Entendi.
Justin        - Agora sorria – disse rindo.
Natalie      - Como você é bobo! – eu dei risada.
Justin        - Sendo bobo que eu consigo tirar sorrisos de você.
Então nós jantamos e fomos para casa. Ficamos deitados até eu adormecer.

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